Desafios e preconceitos da Psicologia

Desafios e preconceitos da Psicologia

2020, Nov 17    

O início de uma graduação, é para muitos estudantes um período desafiador e marcante para qualquer pessoa, afinal é o primeiro passo em direção a sua futura carreira. Esta nova rotina vem acompanhada de avaliações mais difíceis do que de costume, e ainda com o compromisso de fazer novas amizades, o que nem sempre é uma tarefa fácil, pois, são pessoas de diferentes culturas, realidades e opiniões. Portanto, é natural se sentir perdido e ao mesmo tempo encantado com tudo que está acontecendo.  Do início ao fim da graduação de psicologia é de grande importância não ter medo de se expor, de tirar todas as suas dúvidas, sem vergonha de opinar contra ou a favor. Isso não irá te ajudar somente a ser desenvolto e fazer boas relações no início do curso, ajudará para o resto de sua formação, como em apresentações de seminários e afins e até na sua vida profissional. É importante aproveitar todas as ferramentas disponibilizadas pela instituição para garantir essa evolução, já que psicólogos precisam aprender e aprimorar a dom da fala. Até adquirir-se uma técnica certa que encaixe ao estudante, como método de estudo melhor ao mesmo, é natural que passe por algumas dificuldades de estudos, mas lembre-se que é sempre importante nunca parar de insistir e investir na sua rotina de estudos, visto que são de grande valia, pois ao longo do curso as exigências só aumentam.
Ao chegar no segundo, terceiro ano de faculdade o acadêmico já vai construindo sua bagagem, conquistada a partir das suas experiências. As cobranças continuam, de entregas de trabalhos, projetos, e até mesmo as provas com perfeição ou muito próximo disso. Muitos veem a cobrança como algo ruim, mas a mesma se faz muito necessária, pois fará com que tudo que você for desafiado e realizar em sua vida seja com plenitude, dando o máximo de si, desde trabalhos acadêmicos até sua vida pessoal, é neste caminho de responsabilidades, empatia, amor e força de vontade, que vai se construindo um psicólogo.

Os psicólogos não vão direto a campo, depois de muitos conhecimentos sobre várias teorias, começam os estágios e também a decisão de escolher qual área e teoria seguir. O que abala os estudantes ao chegarem no final do curso é os preconceitos enfrentados pela profissão, tais como: O psicólogo estuda cinco anos somente para dar conselhos? Quem vai ao psicólogo é louco? Como psicólogos podem ter problemas com sua própria saúde mental? Por que ir ao psicólogo se posso conversar com meus amigos? A psicologia sempre foi marcada por inúmeros preconceitos como estes, baseados em argumentos de que a psicologia não se faz necessária na sociedade, sendo considerada um luxo para poucos. A formação do Psicólogo pode ser substanciada ou vista como uma profissão comprometida/submissa a elite, ainda, muito pela questão do preconceito dessa profissão, muitos enxergam o trabalho do Psicólogo como um conhecimento de senso comum, e não da maneira correta que deveria ser vista, que é como ciência.  É necessário aprender lidar com o preconceito desde o começo, para termos profissionais de sucesso, pois se ignorarmos os mitos sobre a psicologia, só iremos formar profissionais frustrados, é preciso falar, entendê-los e esclarecê-los para que quando se depararem com situações fora dos contextos teóricos sejam capazes de lidar com elas. Vale lembrar que estas situações acompanham o ser psicólogo desde sempre, principalmente dentro da própria instituição de ensino e aos recém-formados. “Esta dimensão assumida pelo preconceito atualmente torna importante o trabalho desta temática entre acadêmicos de Psicologia, para que se proponham estratégias de intervenção, no sentido de desconstruir estigmas. ”(ROSA, et al., 2008, p.180) Cabe ao psicólogo desenvolver métodos para desconstruir essa generalização tanto da psicologia quanto do psicólogo, a maneira mais eficaz é falar sobre, é fazer chegar às pessoas informações científicas, verdadeiras, apresentar a elas quais as verdadeiras finalidades da psicologia, mostrar que vai muito além de dar conselhos e se a depressão já é considerada a doença a do século a psicologia será a profissão do mesmo. Afinal poucos conhecem a real importância de um atendimento psicológico e a diferença que este pode fazer na vida da sociedade.

Para complementar o objetivo deste Projeto Interdisciplinar no que se refere aos preconceitos, convidamos e entramos em contato com estudantes do curso de psicologia do primeiro até o quinto ano, para entendermos e compreendermos como foi lidar com certos preconceitos com a área que os mesmos escolherem para atuar, e como foi associar isso com o trajeto do curso. O estudante que conversamos para representar o 10º e último período do curso de psicologia do Centro Universitário Integrado se chama Fernando César Kummrow, o mesmo foi indicado pela professora da Disciplina de Projeto Interdisciplinar, Professora Ângela Miqueletti de Oliveira. A indicação da Professora se teve através de uma página na rede social do Instagram criada pelo próprio aluno (Fernando César Kummrow) que trata da Psicologia do início ao fim, bem como assuntos que são abordados nessa recente ciência. Segue corretamente com as palavras do Estudante Fernando que nos contou sobre sua trajetória:

“Me chamo Fernando César Kummow estudante do décimo período do curso de Psicologia, faltando apenas um mês para me formar. Falar de ser um Acadêmico de Psicologia hoje, é dizer que a psicologia foi uma porta para uma mudança de vida, e para todos que conhecem a minha história, sabe que não foi fácil. Sou de uma família muito humilde e assim como muitas famílias brasileiras, nunca foi esperado e nem cogitado chegar em um curso/graduação de nível superior. Consegui entrar na faculdade através de um programa do governo chamado Financiamento Estudantil” popularmente conhecido como FIES, e foi um período muito difícil para mim porque tinha ficado muito tempo sem estudar e consequentemente, me cobrava muito para me adaptar naquele ambiente educacional novamente. Nesse mesmo momento, sofria muito com os preconceitos, principalmente em relação ao poder aquisitivo familiar, pela idade e ao me deparar com outras várias realidades de vidas diferentes da minha. E por todas essas dificuldades já ingressei tendo uma auto cobrança muito grande e de uma maneira muito fragilizada no ensino superior, e isso atrapalhou no meu desempenho na faculdade, sem contar que já vinha enfrentando uma série de problemas pessoais que contribuíram ainda mais nesse processo delicado. Muitas vezes por não me expressar sobre determinados direitos que eu tinha, permanecia em uma cobrança ainda maior, mas diante de todo esse processo de dificuldade do qual eu estava tendo que lidar, pude contar com o apoio de alguns amigos que me incentivaram a continuar e a buscar meus direitos, o que para mim foi de uma importância e diferença muito significante. Procurei ajuda psicológica que a própria Universidade ofertava (Centro Universitário Integrado), e fui voluntário num processo de avaliação psicológica e através disso consegui adquirir um autocuidado e uma outra visão sobre a cobrança excessiva que tinha Desde então, pude notar a melhora no meu desempenho tendo o privilégio de gabaritar alguns estágios profissionalizantes, passei cada etapa e cada dificuldade para poder crescer enquanto um acadêmico de Psicologia. Tratando diretamente sobre o preconceito, tive que lidar com o mesmo desde o início da minha escolha em cursar Psicologia, por ser um curso que não é muito aderido por homens, então no meu ciclo de amizades, minha postura sobre o que a psicologia acredita, falando das minhas ideias, a partir das minhas escolhsa e das minhas ideias eu sofri preconceito por ser um homem inserido nesse meio da psicologia. Portanto, isso não me prejudicou ou me fez desanimar, até porque eu tinha um objetivo e não iria desistir dele. Sobre o que sou hoje em relação a aquele menino que tinha ingressado com um complexo de inferioridade, com uma timidez muito grande e uma auto cobrança, vi uma possibilidade de me reconstruir e ser feliz diante de tudo que a faculdade me ofertava, buscando superar os meus desafios a partir dos meus estudos, podendo participar de projetos de pesquisa, feiras de profissões, Concepar, Congressos Científicos, participei também das II Edições da Jornada da Psicologia, Projetos de extensão, Cine Psico, Palestras, dentre outras oportunidades que a instituição Integrado pode me proporcionar para o meu crescimento e meu amadurecimento. Hoje, na finalização desse curso e vendo toda a minha jornada na Psicologia, sou muito grato e feliz, com todas as mudanças internas como ser humano e como um profissional. Trago comigo nessa trajetória cheia de autos e baixos, amigos e realizações que fui conquistando, a jornada ainda não acabou e sei que ainda há muitas dificuldades e preconceitos a serem enfrentados, mas como a própria Psicologia trata, estamos em constante movimento e mudança, e só saberemos que chegamos lá se caminharmos.” (Fernando César Kummrow, Estudante do 10ºPeriodo do Curso de Psicologia do Centro Universitário Integrado. Comunicação via Whatsapp, terça-feira dia 27 de outubro de 2020, às 22:50)

  • Rafaela Alves Ferreira; Kauani Martineli.